[01 x 02] - O Segredo do Show

Dean resolve acompanhar Victor para interrogar o suspeito. Ele não teria a grande paciência de Allison com as loucuras de Cora. Na verdade, ele nem entendia como a cabeça daquela cantora funcionava. Ela devia usar drogas até em farinha de bolo...

Ele levou o suspeito até outra sala juntamente com Victor e o algemou em uma das estruturas do local onde acontecia o ensaio. Então, o cara veio com aquele papo cinematográfico de "me mate logo", "me dê uma morte limpa"... será que aquele idiota ao menos sabia como era morrer? Porque pedir para morrer era fácil... aguentar a dor da morte é que era difícil.

Dean: Não seja idiota. Não somos assassinos aqui. Não vamos te matar...

Ele guardou a arma e encarou o cara.

Dean: Mas também não precisamos te salvar. Pra escolher morrer assim, você só pode achar que, pra quem quer que seja que você trabalhe, que ele vai fazer muito pior que nós dois. Pois bem... eu vou pagar pra ver.

Cruzou os braços.

Dean: Vamos ver o que acontecerá com você quando o teu chefe descobrir que você não cumpriu o teu dever e ainda está vivo? Eu nem conheço esse cara, mas eu aposto que ele vai comer o teu fígado.

Continuou.

Dean: Então, a tua melhor chance de sair limpo dessa é nos contando pra quem você trabalha e porque ele quer a Cora morta.

DEAN E VICTOR:
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O Musico, se é que um dia ele realmente foi um olhava a afirmação de Dean em não mata-lo com uma expressão de pouca credibilidade. Depois ele simplesmente ria, e olhava para Victor.

- Deixe eu ver se adivinho. O cara é novo? Ah os novatos...Sabe o que é legal nos novatos? Eles não duram muito.

Ele se movia na cadeira com força fazendo ela andar poucos centimetros, dando a impressão que arrebentaria tudo e voaria sobre Dean mas, isso não acontecia.

Sera que estava mesmo disposto a fugir?

- Eu ESTOU MORTO seu idiota! Se vocês não me matarem em vou quebrar meu próprio pescoço quando sair daqui. Aula gratuita: Lobisomens tem clãs, eu FALHEI com o clã. Sabe o que significa?

Ele balançava a cabeça negativamente, mostrando não estar realmente preocupado com a vida ou a morte.

- Eu não sei. Sou apenas um plano emergencial, "atacar se tiver chance". Eles querem ela, não recebi o memorando. As vidinhas de vocês não são assim tão importantes um a um, pessoa a pessoa...Tudo acaba ficando perdido em meio ao sangue sabe? E aos pedaços...Ah os pedaços...

E ele ria de maneira baixa, porem persistente.

Victor permanecia de braços cruzados, após entrar na sala com Dean.

Arqueava a sobrancelha ao ouvir Dean “interrogá-lo”, mas não o interrompia.

Apenas ouvia e aguardava pela reação do licantropo.

Quando ele perguntava se Dean era o novato, era impossível não exibir um pequeno sorriso.

O ouviu falar e vagarosamente retirou o chapéu, o colocando sobre a mesa.

- Meu amigo pode não entender como vocês funcionam, pulguento… Mas eu entendo. Se você é o plano emergencial… Tem plena ciência de qual é o plano principal. Sabe quem está para atacar. E pode nos indicar… Um a um. Afinal, você só entra em ação de o principal falhar, não? – Ele retirava a jaqueta, ainda com o mesmo sorriso, a colocando na mesa, e em seguida aproximava-se da porta, a trancando – Você vai morrer. A única questão que me preocupa é se você vai morrer rápido ou não… Porque eu vou conseguir a informação que eu quero…- Por fim, enfiava a mão em um dos bolsos da jaqueta, e apanhava o punhal. O mesmo que havia usado para testar um certo alguém, há alguns dias, lembra, narrador? Ele simplesmente aproximava-se e sem aviso algum cravava o punhal inteiro na perna “boa” dele, o girando lentamente para em seguida dar um puxão.

A expressão fechada no rosto não se alterava.

Ele apenas olhava fixamente para ele, com a faca de prontidão, pronta para outro ataque.

Sequer olhava para Dean.

- Começa a falar… Qual o plano? Quem sãos os envolvidos?

E Dean… Nem me venha com conversinha.

Você está no meu mundo, não está interrogando um batedor de carteira.

Não ouse me impedir.

ALISSON E ANNE:
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Para que investigar se pode-se dançar certo?

Se existia, alguma suspeita leve que Cora se incomodaria com o fato de Alisson, talvez dançar melhor que a mesma, essa acabava quando Cora paracia uma criança na manhã de Natal, sorrindo e batendo palmas discreta quase dando pulos no lugar:

- Muito bem! Eu sabia que levava jeito! Sua...Parceira gostaria de tentar?

Acho que ja sabemos a resposta de Anne. Entretanto, a garota precisava ter a atenção chamada mais de uma vez, pois Anne, você tem a leve impressão que alguém estava falando alguma coisa. Mas eram susurros imcompreensiveis, talvez apenas dentro de sua mente, coisa de sua imaginação...E quando percebe, Alisson e Cora estão olhando para você, esperando uma resposta.

E o silêncio retorna.

- Ah! Eu tenho algo para você! Só um minuto!

Enquanto Cora vai até algum ponto, sem sair do campo de visão de vocês, o coreografo ja conhecido se aproxima de Alisson:

- Dançarinas não deveriam...Dançar melhor que a estrela do show. - Mas ele logo sorri, deixando claro que o que ele sussurrava não era em tom de reprovação. - Eu sabia que havia algo...Interessante em você agente.

E logo Cora volta, e ele age com naturalidade como se não tivesse falado absolutamente nada.

- Eu quero que fique com isso. Todas as outras dançarinas usam, é igual a minha pulseira da sorte.

E ela ja amarra em seu pulso, mostrando que não aceita "não" como resposta.

PULSEIRA

VICTOR E DEAN:
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Quando mais cedo você aprender Dean, mais cedo pode jogar.

Então...Observe.

Sim, ele fazia uma expressão de dor e urrava, olhando para cima e com os olhos fechados. Entretanto, logo após o golpe aquilo se transformava em um sorriso, e ele falava até com certa alegria na voz: - Isso...Alguém que sabe brincar. Mas vá por mim, tudo que aprendeu em livros sequer vai chegar perto do que eles fariam comigo. Mas tudo bem, eu ja perdi minha honra, não preciso manter nada. - Ele ficava em silêncio no puxão engolindo a dor a sua maneira. É Victor, ele não era um fracote.

Mas era bem colaborativo.

- É meio o contrario...Eles não esperavam que eu tivesse uma chance mas nunca se sabe. A garota é uma cabeça de vento, quem sabe se uma hora ela não ficasse até mais tarde no estudio...Eu tive uma chance boa, mas o segurança dela me descobriu e bem...Vocês ja devem ter ouvido. De qualquer forma...Nós vamos encerrar isso hoje a noite, na apresentação. Cancelar vai ser apenas pior, isso vai acabar hoje. Então é bom se prepararem bem...Todo minuto comigo aqui agora é desperdiçado desse ponto em diante.

Ele respirava fundo, parecendo refletir sobre aquilo. Cancelar o show, além de impossível faria com que Cora fosse caçada eternamente e logo, o carro dela explodiria, um fã a esfaquiaria ou algo do tipo. Tudo precisava acabar no show.

De uma forma ou de outra.

Mas todos sabemos que vocês vão estar esperando.

Apenas saber se vao ser o bastante.

- É tudo que eu sei...Lobo Guerreiro.

Ops...

E ele sorria de uma forma um tanto desrespeitosa, provocando.

Mostrando que talvez saiba mais sobre...Outras coisas.

Victor o encarava, com a faca gotejando… Absorvendo cada palavra.

O ataque seria durante a apresentação, algo óbvio.

Mas ainda não tinha o que queria.

Ele não daria os nomes.

Mas tinha uma informação que ele precisava ainda.

- E por que ela é tão importante? Por que vocês a querem morta? - E vinha a outra estocada, contra a outra perna.

O movimento idêntico.

Cravar.

Girar lentamente.

E puxar.

O sangue novamente passava a gotejar no chão.

Perdiam tempo com você, não é?

Sem problemas.

E logo o chamava de lobo guerreiro.

Victor cerrava o olhar.

Aquilo era… Inesperado.

Sem hesitar, ele sacava a arma e dava um tiro contra a testa do maldito.

Bem entre os olhos.

A prata do projétil acabaria com a conversa de vez.

Ele tinha dado muito pouco, mas ao menos poderiam se planejar para salvar Cora.

Curvou-se e limpou a faca na roupa do lobisomem, a guardando na jaqueta.

- Volte e fique com as garotas. Avise o que descobrimos aqui… Eu vou me livrar do corpo.

Sem demonstrar qualquer tipo de sentimento em relação ao cara que ele havia matado, ele deixava a sala, em busca de equipamentos no carro para se livrar daquele maldito.

Continuava escorada num canto avulso, com o pé apoiado na parede e os braços cruzados, tentando fazer a sua pose mais "intimidadora" possível... o que certamente não estava funcionando, claro. Afinal, Annelisa... Você é uma nerd que mora sozinha porque não estava mais aguentando o papai.

Se fosse tão simples assim...

Enfim.

Bem...

Dividia suas atenções entre Allie, Cora, os funcionários, a entrada... tudinho. Ao menos, tentava manter todos em seu campo de visão, né?

Só que então...

Annelisa franziu o cenho de leve e olhou para os lados, com a impressão de ter perdido algo, pois podia jurar que escutou... vozes? Claro, né, Anne... Aqui está cheio de pessoas, ou seja... São muuuitas vozes. No entanto, era diferente, como se o seu subconsciente estivesse conversando com ela.

Meu Deus...

Pifou alguma coisa aqui dentro, só pode.

- O quê..? - ela parecia assustada ao perceber que Cora e Allie a encaravam - Desculpa... Eu não escutei... Vocês falaram algo?

Quando Cora se afastou, Allison aproveitou para questioná-la, e de um jeito automático, Anne levou uma das mãos até o rosto, passando os dedos delicadamente pela testa.

- Não sei direito, Allie, mas... acho que ouvi alguma coisa dentro da minha cabeça. Nossa... Isso é tão sem sentido quanto ridículo. Não se preocupa, apenas foque na Cora. E eu continuarei por perto, para ficar de olho em vocês duas, até porque os meninos estão cuidando daquele...

O beicinho irritado foi quase involuntário.

- Daquele lobisomem imbecil.

Então, Cora retornava com um presente para Allison e Annelisa ficou calada e olhou a pulseira, que era fofinha, assim como a atitude da cantora. Na verdade, apesar de louca, Cora era uma pessoa fácil de lidar (quando se ignora outros pontos...)

- Continuem, meninas! Não está na hora de descansar, não! Vão, vão... Voltem ao ensaio.

Sorriu para elas e piscou especialmente para Allison, implicando.

Porém, não deixava de pensar nas vozes...

Aliás, não era a primeira vez, se bem que antes a sensação era de estar sendo observada, e agora...

Isso.

Infelizmente não havia muito o que fazer. Dean podia não gostar nenhum pouco daquele tipo de tortura, mas ele não era idiota o suficiente para ficar brigando com Victor enquanto o verdadeiro inimigo assistiria da cadeira, amarrado e confortável.

Mas ele não precisava ter matado o cara a sangue frio, talvez. Ele já havia entregado a informação. Bastava tê-lo mantido preso até que tudo acabasse hoje à noite. O que ele faria se nós vencêssemos? Na pior das hipóteses, fugiria de sua tribo coo um covarde. Como nós o matamos... isso sim foi covarde. Mas eu não julgo... você não confia em mim, pelo que parece, mas Burton confiava, então eu não vou perder meu tempo com isso. Também só confiarei em você com o tempo.

Quando você o matou, Dean apenas meneou a cabeça negativamente. Você parecia nem se importar com aquilo, Victor, mas Dean ainda se importava. Aquele cara podia estar querendo ferir Cora, mas ainda sim, era um ser vivo, com consciência, talvez com família, sonhos... vai saber o que ele planejava fazer depois de tudo isso? Vai saber o que o havia levado a isso?

Victor falava algo que parecia soar como uma ordem. E ele não recebia ordens de você... o fato de ele não querer mais ficar ali não tinha nada a ver com sua posição naquele grupo. Ele deu um sorrisinho de leve e meneou a cabeça negativamente de novo.

Dean: Óbvio. Você fez a sujeira, você limpa.

Deu as costas e saiu pela porta, indo encontrar as outras garotas. Chegou perto de Allisson que era a quem ele teve um pouco mais de intimidade.

Dean: É hoje. Ele era só o plano de contingência. Vai acontecer no show... vamos nos preparar.

Enfiou a mão no bolso e pegou uma "chupeta"de tambor com 6 balas folheadas à prata. Entregou para Alisson.

Dean: Balas de prata. É melhor você mantê-las por perto...

Entregou as de Annelise também para Anne que estava junto.

[ADENDO_ALLISON]

Dean ouve a pergunta dela e meio que responde sem olhá-la, mantendo sua vista em Cora.

Dean: Eu não sei, Allie... Só sei que estamos fazendo todo o possível para mantê-la segura, mas se isso for significar colocar alguém da equipe em perigo desnecessário...

Olhou para ela.

Dean: No Mossad eles dizem uma coisa como "Nem todas as batalhas devem ser vencidas". Algumas podem acabar tendo um custo que não valha a pena. Se eu acho que eles vão vir? Talvez... Se nós estamos preparados... com certeza.

Ela perguntou então se estava tudo bem com ele... Ele ficou um pouco mais frio e respondeu.

Dean: Acho que Victor e eu discordamos da maneira de tratar prisioneiros amarrados.

Mais alguns instantes de tortura.

- Eu...Não sei e não ligo? Achei que você entenderia melhor sabe, especialmente você ja que... - E a faca novamente era cravada e o grito, ainda mais alto que o anterior que era convertido em uma risada doentia. Ele se divertia, sentia dor, sofria? Lógico que sim. Entretanto...É preciso aproveitar as pequenas coisas.

Ou os últimos minutos.

Afinal ele não esperava. A cena apesar de durar apenas alguns segundos, para ele era bem lenta. Havia surpresa no olhar dele Victor, claro que ninguém DESEJA levar um tiro no meio da cara. Mas talvez você quisesse perder mais tempo, talvez quisesse brincar um pouco. Mas bem...Era sua escolha. Ele poderia não saber de nada, não ter resposta alguma e você decidiu eliminar o problema antes de cair em tentação.

Mas aquele sorriso uma fração de segundo antes de você atirar, vai demorar para sair da sua cabeça...

Dean não aprova, ele não é o cara experiente e pratico que você é e resolver ir até as garotas no instante que o ensaio acaba e o coreógrafo esta conversando alguns detalhes com o coreógrafo um pouco afastado e vocês acertam alguns detalhes. Apesar que tudo que parecem ter são incertezas...

Incertezas sobre vozes em sua cabeça.

Incertezas sobre segredos de seus antecessores.

Incertezas a respeito de que se realmente estão no caminho certo.

Incertezas a respeito do que vai acontecer em breve, e se estão realmente preparados para isso.

Então... Acho que nada mais util do que logo, irmos em direção ao ato final.


Após uma série de planos, Victor e até mesmo Dean, com diferentes tipo de experiência tem impressões bastante semelhantes: Anne, talvez seja porque eles ainda estão meio preocupados com seu "incidente", e na sua cabeça parece que estão ficando de castigo, mas eles precisam de alguém olhando de cima eu um ponto alto em um dos camarotes, enxergando melhor.

Idéia de Victor. Dean balança a cabeça negativamente

Você quase que revira os olhos imaginando como ele iria se opor Xerife.

- Perfeito. Anne com um radio pode nos avisar caso algo de errado, e pode perceber qualquer movimentação anormal.

Agora a parte interessante: A voz é sua Dean, e você percebe o que acabou de falar. Mas...Estranhamente, é como se fosse "automático". E agora, a idéia parece perfeitamente razoavel, apesar que inicialmente seu ponto de vista inicial não era esse, agora parece um bom plano. Estranho você balançar a cabeça e concordar não? Você deve estar apenas cansado...

Provavelmente.

Bem Anne, ao menos é beeeem bonito.



Enfim, os "fundos" do palco tem apenas duas entradas, de forma que se qualquer um "não humano" entrar vai ser por aquelas portas. Devem ser...25 metros uma da outra cada uma. E vocês tem uma bela visão até mesmo de Anne, naquele ponto de cima e Alisson...

Ah sim, instantes antes de se posicionarem vocês tem uma boa visão dela vestida da mesma forma que as outras dançarinas.

Uma amostra gratis:

ROUPA

É um tanto diferente Alisson, uma coisa é você em segurança postar fotos e pessoas verem. Elas não estão ali olhando diretamente para você, e quando você não esta disposta a "brincadeira" pode simplesmente parar. E o QUANTO disposta de dançar seminua em meio a tudo aquilo você esta agora? Claro, você não iria completamente desarmada. Mas a UNICA forma de carregar uma arma é dentro das botas que param antes do joelho. Ela incomoda, mas a coreografia é meio..."Retardada". Nada que lhe atrapalhe demais. Mas bem...Caso precise, você vai precisar PARAR, abrir sua linda bota e pegar a ARMA

Mas...Ei, melhor que andar desarmada certo?

Falando em coreografia, uma figura conhecida se aproxima e sorri. Olhando para você de baixo para cima e sorrindo, fazendo as demais dançarinas rirem de uma maneira quase infantil enquanto ele se aproxima de você.

Uma cena quase que colegial na verdade.

- Boa sorte agente...Sei que vai conseguir.

Se nada mais fosse dito, ele apenas pisca para você, falando naquele tom baixo e próximo, deixando um sorriso e se afastando. As garotas até mesmo comentam de forma que você pode ouvir que "alguém tem uma favorita".

Calma Alisson, seu tormento ja vai acabar.

Mas isso é antes de John dar o aviso de 5 minutos.

Hora do show.

[Se posicionem, me incomodem por chat, me incomodem, e se preparem...Logo vão saber qual o Segredo do Show.]

- Não, não danço não... - ela também falou baixo e riu em seguida.

Acenou para ela enquanto a amiga se afastava, e era nesse instante que Dean chegava e já seguia até Allison. Não tinha nada contra ele, mas... nesse sentido, até parecia um pouco com Victor, demorando a confiar no rapaz... Apesar dele ser um enviado de Burton, como ela.

Ciúmeeeeees!

Mentira, não era ciúmes, não.

Ainda estava relativamente próxima dos dois, então conseguiu escutar a conversa. E quando Dean estendeu as balas de prata, Anne adiantou alguns passos para pegá-las. Bem, o lobisomem podia atacá-la agora, né? Tinha um spray e munição! Vem, vem... Vem pegar!

- Obrigada... - deu um sorrisinho rápido e logo voltou-se para Allison - Hey, Allie... Não vamos deixar que nada te aconteça...

E mesmo ela sendo, provavelmente, o elo mais fraco dos quatro... ainda assim, Annelisa falava de um jeito que fazia parecer verdade.

Enfim, ao final do ensaio, o grupo se reuniu uma última vez antes do grande espetáculo.

Após discutirem os planos e tals, Victor decide que seria melhor deixá-la num dos camarotes, e ela não contrariou, porque era uma boa ideia. Lá de cima, teria uma visão mais privilegiada do local, e de Allie e Cora. No entanto, percebeu na expressão de Dean que ele ia negar... e antes mesmo dele falar, Anne já estava fazendo bico... mas contrariando suas expectativas, o policial aceitou.

Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa.

- Ah, claro... Eu vou ficar atenta, prometo.

Tiveram um tempinho antes da apresentação e Annelisa conseguiu com a equipe algumas roupas, já que estava vestida com aquelas desde ontem... pelo amor de Deus, né? Mas nada comparado aos trajes de Allie, claro.

Impossível, né?

Roupa (botas curtas ao invés de saltos, porque né...)

A arma estava na cintura, já com a munição de prata e escondida pela camisa mais larguinha. E o spray também.

Antes de subir, Anne fez um "ok" para Allison e sorriu.

E caramba, Allie...

Fiu fiu pra você!

Não tinha mais nada para falar com os meninos, pois tudo já fora dito na pequena reunião que eles fizeram momentos atrás. Mas caso desejassem dizer mais alguma coisa, ela pararia para escutar. Se não, apenas faria um sinal, indicando que estava indo para o camarote.

Pôôô, era um lugar bonito mesmo... e a vista perfeita. Morram, pivetes! Podia ver todo mundo, inclusive o palco - que era o foco principal. Apoiou os braços na mureta e inclinou o corpo um pouco para frente, numa posição até descontraída, quando na verdade, olhava pelos cantos... Ah, sim! O rádio estava preso no suporte em sua cintura, do lado contrário ao da arma e do spray.

Movimentação suspeita? Por enquanto, nadica de nada.

Anne recebe as balas e finalmente ela dá um sorriso. Já estava começando a achar que ela era um ser um tanto quanto antipático. Eu não retribuo o sorriso... porque eu não sou muito de sorrir, especialmente em missão. Chame do que quiser... eu chamo de foco. Mas isso não me torna um mal educado.

Dean: De nada. Use com sabedoria.

Ok, deixemos algo bem claro... o fato de eu não gostar dos seus métodos, Victor, não quer dizer que eu desgoste de você. De fato, eu não sei o que te desagrada em mim... sou um policial correto, honesto e dedicado. Se você não gosta desse tipo, talvez tenha inclinação pra bandido, sei lá. Isso não é importante agora.

O fato de eu concordar com a idéia de Anne ficar lá em cima não me é muita surpresa. De fato, é um bom ponto para observar. A merda vai ser se algo aparecer lá onde ela estará... aí não vamos ter muito o que fazer. Mas eu gosto de acreditar que esse tipo de coisa não vai acontecer.

A parada então é simples. Anne vai ficar lá em cima e nos avisará de qualquer coisa. Eu não sei exatamente o que o índio vai fazer, mas seria bom se trabalhássemos juntos. Sem heroísmo, sem saltos mirabolantes, sem ações impensadas de filmes do John Woo.

Dean: Muito bem, então, Anne. Eu vou ficar no backstage. Qualquer movimentação suspeita, você me avisa pelo rádio.

Retirou-se e ficou no palco, mas atrás das cortinas, onde a produção ficava. Manteve o rádio ligado e manteve-se em prontidão...

Ah, Dean… Uma pessoa, com família e amigos?

Sério?

Se você atira em uma cobra prestes a morder uma criança, você sente remorso?

Porque foi exatamente o que eu fiz.

Não tenho culpa se você ainda vive no mundo cor-de-rosa, apesar de já terem tirado a viseira da sua cara.

Não o culpo também.

Tem gente que nasceu pra viver na ignorância e você é só mais um erro de Burton.

Se eu tivesse como, traria aquele imbecil de volta só para encher ele de porrada.

Mas não posso, tenho que aturar a herança que ele me deu.

Não tá contente? Vá pra casa multar alguém, policial.

Com um pequeno feitiço foi fácil retirar o corpo de lá e colocá-lo no porta-malas.

Depois de um tempo, foi só atear fogo em seu corpo em uma área isolada e voilá.

Problema resolvido.

Viu, Dean? Nem foi tão difícil.

Mas depois, mais discussão sobre o plano.

E a cada segundo me vejo mais e mais querendo ficar sozinho.

Ao menos podia ver Alison vestida daquele modo, por mais que vocês nunca fossem saber disso.

Anne ficava no camarote.

Alie dançando com Cora, garantindo que o feitiço funcionasse.

Dean por trás da cortina.

Enquanto eu ficava com a equipe de filmagem, há alguns passos do fosso… Talvez eu tivesse acesso ao palco até mais fácil, já que estava mais perto que Dean.

O ponto que escolho também me dá visão de Anne, o que pode ajudar bastante.

Mas sabe o que era mais irritante nisso tudo?

Era ter que usar essa merda de roupa de pinguim.

Mas se pensam que o chapéu de cowboy ficaria de fora, estavam muito enganados.

A roupa foi comprada de última hora e  havia sofrido várias alterações para recepcionar alguns… Acessórios.

Não que o índio se sentisse menos pior por isso.

Roupa

Ah começando o ato final...

Apesar que, ninguém realmente ainda entendeu.

Complicado? Nem tanto. Impossível? Com certeza não.

Mas vamos ao show. Uma vez que tudo ocorre quase que ao mesmo tempo.

Tudo parece bem...Normal. Dentro do "normal" para um show de Cora claro.



Enquanto a vontade de morrer de Alisson aumenta e o foco de vocês se torna cada vez mais difícil de manter. Uma serie de coisas parece acontecer ao mesmo tempo. Começando por você Alisson, uma dançarina segura seu braço e a "joga" para o lado, basicamente a desequilibrando. Mas até aquilo parece coreogragado, você ainda tenta entender o que esta havendo e se volta para Cora, que assim como muitos mal parecem ter percebido, esta ali dançando, fazendo seu show.

Ela não é o alvo. Você é o alvo.

Mas...O que poderia estar causando isso? Porque resolveram atacar você e não ela? Depois de mortes, ataques, tanto trabalho ela parece estar simplesmente ignorando Cora, enquanto ela "pula" de uma forma quase que sobrenatural emcima de você, que consegue se defender da maneira que é possivel com as costas para o chão. Ela aperta o seu pulso com mais forma que o normal, com as garras, sim, as unhas agora são garras parecendo querer arrancar alguma coisa.

Seu braço?

Não. A Pulseira. É o que eles querem Alisson. Vocês não deram atenção em momento algum para a pulseira, e agora a dançarina ali segurando seus braços e sorrindo com aqueles dentes..Absurdamente grandes emcima de você esta bem perto do que quer, e você pode ter entendido um pouco tarde demais. Vocês sabiam da pulseira, apenas não deram a exata atenção para isso. Mas qual a razão dela estar lhe atacando? A verdadeira esta com Cora e a sua...É apenas uma cópia.

Sera mesmo?

Claro que você tem seu auxilio, e os olhos atentos de Anne conseguem ver tudo isso. Eles ainda observam quando Dean, tentando entender o que aconteceu é devidamente puxado para tras, ainda mais para tras do palco fora do alcance de seus olhos. Mas você Dean,ve um segurança de instantes antes, beeeem grande e pesado, parecendo uma verdadeira PAREDE com uma força acima do normal em seu caminho.

Ele sorri, desarmado.

Porque ele só quer atrasar você Dean.

Da mesma forma que quando Victor começa a se perguntar o que aconteceu, se Alisson caiu ou o que realmente esta havendo, Um belo murro o desequilibra. Mas não é um soco normal. Não, você ja apanhou o bastante de coisas o bastante para saber o limite da força humana. Parece que alguem bateu com uma tora de arvore na sua cara, sendo que você não desmaia pela sua experiência. Mas mesmo assim esta sobre um dos joelhos tentando voltar a ver sem aquele borrão quando escuta uma voz.

- Seu pai era durão...Vamos la, não me decepcione "Lobo Guerreiro".

E sim, ele surgiu como se de nada...Rapido demais, forte demais.

Vai precisar se livrar dele antes de passar Xerife. Alias, seu chapéu caiu.

Em meio a tudo isso Anne, parece que as vozes em sua cabeça estão tentando lhe dizer algo. O que seria uma boa, ja que você não sabe o que fazer e aceitaria uma ajuda.

E aqueles susurros lentamente viram uma voz firme.

- Anne! Esta me ouvindo? Sou eu.

Ele não esta ali Anne, mas apesar do medo você reconhece aquela voz em sua mente.

Burton.

- Não tenho tempo de explicar agora. Preciso que confie em mim. Feche os olhos, se concentre e respire fundo. Rapido, apenas se concentre, eu cuido do resto! Depressa Anne!

Bem...Parabéns Anne. Pelo visto você enlouqueceu.

Então, se trata apenas de ouvir as vozes, ou fazer o que elas dizem?

Segurança DEAN

Segurança VICTOR

Victor... pra mim você é só um indiozinho fazendo cara de mau. Eu não pedi a sua ajuda... Burton pediu a minha. Por isso eu pouco me fodo se você volta pra sua oca de pele de búfalo e vai puxar um, ou se fica e luta. Na boa... eu não ligo mesmo. Você não gosta de mim, porque você deve ser daquele tipo que não gosta de nada e eu não gosto de você. Se mantiver a sua opinião dentro da sua boca, não vou precisar sangrá-la... e só pra constar: eu não acho que você seria páreo pro Burton... mas não paga nada pra sonhar, certo?

Eu mantenho a minha posição, perto do palco, quando vejo que a garota é derrubada.

Dean: Shit!

Quando me preparo pra ir acudí-la, sinto uma mão pesada no meu ombro, que me arremessa para trás. Eu vôo alguns metros até me bater em alguma coisa que parece não me machucar. Graças a Deus...
O segurança ri. Ele é grande... parece uma geladeira de 330 litros! Ir na mão com esse cara é tipo suicídio. Mas eu aprendi algumas coisas... e pelo que vejo do tamanho e da força dele, ele certamente não é um humano comum. E se ele não é comum, deve ser outro dos tais lobos.

Eu saco a minha arma e aponto pra ele. Espero que esse sorriso dele seja porque ele ainda não sabe que estou com balas de prata na agulha. Muito bem... se for humano, vai doer de qualquer jeito, mas se for um lobo. Vamos ver como ele reage à prata.

Dean: Fora do meu caminho!

Ah, não vai sair? Ok...

BLAM! BLAM!

Um no joelho esquerdo e outro na canela direita. Se eu vir que ele sentiu mesmo e se abaixou, eu corro e acerto o lado da cara dele com a coronha da arma, correndo de volta para o palco.

Hey, Allie! Não fica assim, porque você está arrasando!

Sério.

Era como se Annelisa pudesse sentir o desconforto da amiga, mesmo com a relativa distância. Um sorrisinho curvava os lábios da loira enquanto encarava a companheira, mas ainda dividia as atenções, buscando não ser pega de surpresa. Não podia vacilar com o grupo, principalmente com Allie, que no momento, era a que mais corria perigo por estar em foco.

E não, Dean, ela não é antipática.

Só estava nervosa, e muito antes dessa missão, e precisava mascarar a sensação de alguma forma.

Ela tentou encontrar Victor e Dean com os olhos, mas também não descaradamente, para não chamar atenção.

O show tem início.

Tudo parecia bem.

E de certa forma, aumentava a ansiedade.

Porque eles sabiam que algo ia acontecer, mas não tinham como brincar de adivinhação. Por isso, quando a dançarina atacou Allison no palco, Annelisa sentiu o coração na garganta e se inclinou ainda mais na mureta, quase se desequilibrando, chamando por ela num gesto automático. Mas logo buscava o rádio na cintura, vendo que Dean já se adiantava para ajudar Allison, mas fora interceptado por um armário de pernas.

Quando ia tentar se comunicar com Vic, ela escutou alguém...

Olhou para os lados, procurando o dono da voz, e nada.

Nada e ninguém.

Porque a voz estava em sua... mente?

Ela engoliu em seco, assustada.

Mas...

- Não pode ser... - mas podia... claro que podia... - Burton?

"Meu Deus..."

- O que você...

"Fechar os olhos? Não posso ficar aqui... A Allie precisa da minha ajuda..."

E o que a Anne faz?

Ela fecha os olhos e respira fundo.

Bem fundo.

Não seria agora que desconfiaria desse velho bobão.

Mesmo que exista a enorme possibilidade de só ter ficado biruta.

Ok, vamos se concentrar...

"Tenho que ajudar os meus amigos... Burton..."

Ah, Dean… Se você acha isso tudo de mim, e ainda acha que pode me bater… Quem puxa um aqui ou é o sonhador não sou eu, definitivamente.

Quando isso acabar, por favor, siga o rumo de Burton e some, que tal? Eu nunca pedi pra você ficar aqui, não se esqueça disso.

Você pode até seguir o caminho dele e virar gasparzinho também.

Só vou precisar de tempo pra queimar os ossos de vocês dois, mas eu prometo arrumar um lugarzinho na agenda.

O do Burton o quanto antes, principalmente quando eu descobrir o que ele anda aprontando por ai.

Mas por enquanto, que tal a gente se focar no que realmente interessa?

Tenta não ler os direitos dele quando acabar aí, ok? Se você sobreviver, claro.

Victor acompanhava o show de modo atento.

Ao mesmo tempo, olhava sempre em volta, para não ser pego desprevenido.

Mas, tinha que dar o braço a torcer, orquestraram direitinho.

Porque no momento em que ele viu Allison ser atacada, ele já estava pronto para saltar do fosso e atacar a garota que havia jogado ela ao chão.

Quando veio o impacto que o levou ao chão.

Victor caía de bruços no chão, mas logo se virava, zonzo… Os olhos perdendo completamente o foco.

O deixando vulnerável para outro ataque.

Precisava reagir.

Lutar contra aquilo.

Respirou fundo e se ergueu devagar.

Propositalmente parecia mais tonto do que realmente estava.

Isso garantiria que o atacante o esnobasse, como ele mesmo já o fazia, falando sobre seu pai.

Como aqueles malditos sabiam sobre meu pai? Haviam enfrentado ele?

Ficou ali, imóvel, esperando pelo ataque… Encostado na parede do fosso.

A mão rapidamente fechou-se no punhal de prata em sua cintura, aproveitando-se da posição jogada na parede para pegá-lo sem que o brutamontes notasse.

E assim que viesse o soco, Victor esquivaria em diagonal para o lado oposto e tentaria acertar o olho do infeliz com o punhal.

Talvez se você parasse de reclamar fosse divertido Alisson.

Afinal de contas, você realmente acha que NINGUEM vai pesquisar a respeito de quem é a "Nova Dançarina" de Cora Corman, descobrir seu nome e...Mais a seu respeito? Algo me diz que você vai ficar bem mais popular ao longo das próximas semanas...

Se sobreviver, claro.

Afinal de contas esta bem "divertido" agora com aquela dançarina literalmente emcima de você, segurando seus braços. Talvez algumas pessoas até achassem interessante, mas a fumaça torna a briga de garotas um espetáculo particular. Ela sorri olhando para você, e pelo visto a garota parece pouco interessada no fato que podia pegar a pulseira e ir embora. É tarde demais, vocês se meteram e vão pagar as consequências. E ela parecia se divertir, vendo você se contorcer. Vamos e convenhamos Alisson: Ela é mais forte que qualquer homem que você ja conheceu, ela parece se divertir em manter seus braços bem firmes no chão...Sorrindo com sua incapacidade de se mover, escapar.

Farejando seu medo.

E em um angulo mais elevado, Anne parece achar..."Normal" ouvir as vozes dentro da própria cabeça. Claro é Burton!

Que morreu.

Mas não podemos pensar nisso agora podemos?

Respirar fundo. Salvar seus amigos.

Ficando ali parada?

Por um instante nada acontece. Talvez você só esteja ficando louca.

Entretanto...

Dean por outro lado é bem prático. Claro, o cara tem 3x o tamanho dele, e dois disparos nas pernas dele faz aquele gordinho desejar ter comido menos, quando cai sobre os próprios joelhos. Dean parece explorar a brecha e se aproxima e bate contra o rosto do seu agressor.

Mas em um instante, que é mais rapido que um piscar de olhos ele sorri e ja esta com a mão no seu pescoço, o erguendo do chão Dean. Ele não é apenas forte, é algo bem...Vamos dizer fora do comum. Ele aperta seu pescoço com apenas uma das mãos mas parece ser uma corrente de ferro. Ele se levanta, e você consegue perceber que os buracos de bala não estão vertendo sangue. Mas não da tempo de pensar, ja que respirar esta quase impossível.

- Vocês tem seus truques, nós temos os nossos.

Enquanto isso, Victor tem razão. Mas nem precisaria esboçar mais fraqueza, ele JA ESTAVA rindo de você no instante que te acertou. Esnobando, contando vantagem apenas lhe esperando.

Ei,e todo mundo sabe quem você é agora?

Mesmo assim, você segue focado.

Ele se aproxima e desfere o golpe. Você se esquiva e com o punhal em mãos, da o golpe...Cortando o vazio. Ele se esquiva em um angulo quase que impossivel, como se tivesse saido e voltado para o mesmo lugar em um segundo. Ninguem, nem um Lobisomem normal era assim tão rapido. Se você não tivesse vendo acharia ser um exagero. Ele entretanto, da uma cabeçada contra a sua com força. E surpresa Dean, agora não é preciso fingir. Porque você ja viu paredes que não eram tão duras quanto a cabeça dele.

- Eu disse aos anciões que se me escolhessem eu seria aquele a acabar com isso. Mas eu esperava um desafio... Não mandariam qualquer um, não depois do que seu pai fez. Então...Eu não ligo para o que aconteceu no passado. Você vai pagar por tudo...

E ele mais uma vez para diante de você, parando, analizando, esperando que se recupere e erguendo os punhos em uma pose marcial bem estudada.

Todos bem encrencados, com adversários bem focados.

Entretanto, algo não distrai apenas seus adversários, mas vocês. Uma luminosidade crescente, quase que cegante surge de um ponto longe do palco. Todos parecem parar por um instante, até mesmo Cora que estava no fim de sua musica tem a atenção desviada para aquele brilho. Um azul tão intenso, quase que branco impedindo identificar do que se trata. Todos ali observam o disparo, mais parecendo uma flecha que cruza o palco atingindo sua "amiguinha" Alisson, que é atingida e desaparece por completo.

E a luz some.

No mesmo instante que a musica acaba.

E a reação da platéia...É aplaudir de maneira constante. Que efeito especial foi aquele? Não importa. Bem impressionante e mais do que o suficiente para ser o ponto alto do espetaculo! Alisson esta bem livre, ainda tentando entender o que aconteceu...

Assim como os adversários de Dean e Victor completamente vulneráveis, perplexos olhando para o palco.

Enquanto uma Anne...Se encontra desmaiada em seu "ponto de vigia".

Como as coisas mudam, não é mesmo?

Até pouco tempo atrás, Annelisa podia se ver naquele maldito necrotério, onde seus únicos problemas eram a chefe inventando os motivos mais ridículos para reclamar do seu serviço, as provas da faculdade e o dinheiro do aluguel. Nada de monstros, ou fantasmas, lobisomens...

Nem vozes na cabeça.

Ela acha normal? De forma alguma!

Pelo contrário, desde que se meteu nessa enrascada, Anne se via dividida em estar dentro de um pesadelo ou se tudo era realmente de verdade. Como se fosse mais seguro ficar "em cima do muro". Mas sim, saber que era Burton lhe trazia um pouco de calma, porque né... Confiava naquele boboca.

Mas até na alma penada dele, Anne?

Pode ser, pode ser.

Então... foco, Annelisa.

Aham, e mais o quê?

Simplesmente desabou sobre a mureta, e por centímetros, não despencou na plateia.

...

No geral, só parecia parecia dormir, né?

A expressão era até mesmo serena, levando em conta toda a situação.

Aos poucos, ela acordava, piscando os olhos escuros de forma lenta e repetitiva, pois estava um tanto confusa.

Ué? Capotei?

Enfim, conseguiu focar o rosto de Allison e já estava abrindo um sorriso para a amiga quando ela a abraçou. Anne arregalou os olhos, surpresa com a atitude... Mas logo correspondeu o gesto afetuoso, procurando acalmá-la sobre seu estado... se é que a própria tinha ideia de como estava no momento.

- Hey, Allie... Eu estou bem, sério. Quer dizer... Hmm... Eu acho que está...

Quando as duas se afastaram para poderem encarar uma a outra, Allison notaria o quão perdida a loira estava.

- Nossa, desmaiei... E... Allie! - ela mudou drasticamente o comportamento ao se dar conta da sua penúltima lembrança, já que a última era da voz de Burton - Você está bem?

Levou ambas as mãos até os ombros de Allison.

- O que aconteceu, afinal? Eu... apaguei, de repente - balançou a cabeça - Não tão de repente... O Burton falou comigo... Na minha cabeça...

Ela fez uma careta, já sabendo o quanto deveria soar birutinha das ideias...

Não, eu não acho... eu tenho certeza. Mas quem se importa? Não me odeie porque eu ofusco o seu brilho. Eu nem me preocupo com o que você faz com o meu... eu só estou preocupado com as pessoas que não podem se defender ali.

Que neste exato momento, parece sermos nós... todos nós. Eu tenho de começar a dar mais moral aos ensinamentos de Burton. Policial correto não é exatamente a melhor definição para alguém que mexe com essas coisas. Eu e minha maldita mania de atirar pra machucar, nunca pra matar. Porque é isso que me faz um policial muito eficiente. Eu mato pouco, mas resolvo muito. Só que com esse tipo de cara, resolver não basta!

Eu sinto meu pescoço apertando... a mão dele é forte como um garra de carangueijo. Parece ser impossível de soltar. Então eu vou ter de usar tudo que eu aprendi e ensinei sobre Krav Magá na academia. Eu ergo as minhas pernas me entrelaçando no braço dele, como quem quer dar um arm lock aéreo... agarro o polegar dele com a minha mão e uso toda a minha força, ainda tentando fazer um "giro de jacaré"... Todo o meu peso contra o polegar dele. Se o polegar abrir, ele não consegue me segurar... É minha única chance... aí pego minha arma e desta vez, não atirarei mais na perna!

Mas uma luz forte aparece e isso distrai a todos. Eu também fico atordoado com aquilo, mas o infeliz me solta, pelo menos. Eu caio de costas no chão, mas o colete é acolchoado e apara minha queda... mas é tempo suficiente para que eu recobre a consciência, enquanto ele está ali, parado feito uma estátua.

Eu não perco tempo!

Agarro a minha arma, aponto ela pra cabeça dele e nem pisco!

BLAM! BLAM!

Dois tiros com prata à queima roupa na parte de trás da cachola desse bicho! Se ele aguentar isso, ele vai estar muito puto... e eu muito fodido.

Aliso o meu pescoço, massagenando onde os dedos dele quase esmagaram a minha traquéia. Tiro o pente da arma e confiro... ainda tenho 11 balas neste. Recoloco, armo a glock e vou procurar as meninas para ver se elas estão bem.

Não esperava aquela esquiva tão irreal.

O impacto da cabeçada o jogava há alguns metros.

O sangue escorria pelo nariz, dificultando a respiração... Mas nada que não estivesse acostumado.

Afinal, não era a primeira vez que jogava aquilo... Tão pouco era uma mocinha pra ficar preocupada com quem brilha mais ou menos.

Por isso, sim, aquilo fazia parte do pacote.

Novamente a visão fica turva.

Era impossível, por alguns segundos, enxergar direito.

E ele tinha todo tempo do mundo para me finalizar, mas não o fazia.

Pelo contrário, ele falava aquilo.

E não fazia o menor sentido.

Os anciões confabulando com uma criatura como aquela?

Isso é... Era uma criatura?

Agora era óbvio, não podia matá-lo.

Ele tinha informações valiosas demais para morrer.

Mas como não matar aquele puto?

E então, no momento em que me levanto, me preparando para prosseguir o combate, cogitando qual seria o melhor modo de manter o desgraçado vivo... Vejo o zunido típico da flecha.

Seguido do clarão.

Faith?

Aquele clarão, nunca tinha visto nada igual.

Mas flechas... Me remetem diretamente a Faith.

Ser salvo por ela, novamente, não era algo que me agradava... Mas, devido a situação, era mais do que bem vindo.

Como eu, o atacante fica atônito com a cena.

Mas eu não fico tão pasmo assim.

Apenas ergo o punhal, o lançando ao ar em um movimento rápido e treinado, para apanhá-lo pela ponta e lançá-lo contra o joelho do maldito.

Mirando em sua perna de apoio.

A prata faria um estrago desgraçado, caso ele fosse um lobisomem.

Se não fosse, qualquer criatura deste mundo no mínimo vai ao chão ao ter sua perfurada por um punhal.

Fora a dor...

Hora de inverter esse maldito jogo.